Fake News

Fake News

Numa época de mentiras universais,
dizer a verdade é um ato revolucionário.
George Orwell

Apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa, em português, é mais antigo do que aparenta. Essa expressão é usada desde o final do século XIX e se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas, principalmente, em redes sociais.
Os motivos para que sejam criadas notícias falsas são diversos: criar manchetes absurdas para atrair acessos aos sites e, assim, ter lucro comercial; criar boatos e reforçar um pensamento, por meio de mentiras; disseminar ódio e intolerância; prejudicar pessoas comuns, celebridades, políticos, empresas dentre outras possibilidades.

Com tamanho volume de disseminação de conteúdo na internet, as pessoas ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações, criando assim, uma rede de mentiras com pessoas reais. É preciso muito cuidado às informações que se recebe e se compartilha pois em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras e é principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake News! Suas consequências podem ser desastrosas.
Numa pesquisa feita recentemente pelo Institute of Tecnology, Massachusetts constatou-se que a probabilidade de se republicar uma informação falsa é 70% maior do que a de republicar uma notícia verdadeira, por isso, todo cuidado é pouco na internet.

A seguir, uma adaptação de entrevistas realizadas com o educador, filósofo e escritor, Mário Sergio Cortella, que faz algumas considerações a respeito do tema FAKE NEWS.

Uma das coisas mais fortes da tecnologia, é que ela permite uma ampliação da nossa capacidade de conhecimento, organização, e agregação de forças para fazermos uma vida mais decente. No entanto, a tecnologia não é neutra em relação ao seu modo de uso. Hoje, a mesma rede social que admite uma expansão das boas práticas e melhores ideias, também admite a presença do desvio e da dissimulação.
Mas, é importante entendermos que o problema não está na tecnologia. Por exemplo, se eu tenho em mãos uma faca e você tem em mãos uma maçã, posso usar essa faca para repartir contigo a maçã. Ou posso tomar a maçã de você com a faca. É claro que a questão não está na faca.
Hoje as falsas notícias estruturadas como estão, têm nisso – reproduzir notícias falsas – o seu modo de conduta. Essas fake news são destrutivas pois têm um conteúdo malévolo a medida em que distorcem a nossa consciência, prejudicam nossa ação, e acima de qualquer coisa, deturpam a capacidade de uma convivência que seja sadia.
E importante estramos atentos também a cautela com as informações que lemos. Nós não tínhamos, há até dez anos, a possibilidade da disseminação acelerada da informação com um ar de credibilidade. De maneira geral, para nós, as fontes de informação que tivessem alguma credibilidade, eram aquelas ligadas ao campo da imprensa, dependendo do veículo, escola ou ciência, isto é, todos aqueles que tivessem mecanismo de checagem da veracidade da informação.

Hoje, qualquer indivíduo mal intencionado pode publicar “notícias” e falsificar as fontes para dar credibilidade ao que é dito.

Outra possibilidade, é a de falsear e deturpar a informação. Obviamente que nós já tínhamos isso em outros tempos, só que não na dimensão que se tem agora. Antes, aquilo que estaríamos, hoje, chamando de ‘fake news’, em algumas décadas seria um boato falso, mas que agora ganha um ar de veracidade. E, com a necessidade de ter e dar informação instantaneamente, somos quase que impelidos a dizer bobagem em larga escala e consequentemente, fazer a divulgação dessas mentiras de modo mais rápido.

Num mundo onde a informação chega na velocidade um click, até mesmo as crianças e jovens devem ser orientadas e preparadas para checar se a informação que ela recebeu está correta, ou é falsa. As crianças e nós, adultos, devemos ser preparados para ter critério de separação daquilo que tem de fato legitimidade, o que dependerá da fonte. Você não acredita em alguém que está na porta de um hospital apenas por estar vestido de branco. É preciso saber se é um médico, médica, ou algum pesquisador de verdade.

Só há uma maneira de enfrentar as fakes news. Antigamente, aparecia uma advertência quando a gente ia atravessar um trilho de trem. Todas as vezes que tinha um presidente que ia passar, um evento, um encontro de pessoas, tinha uma placa, que era pare, olhe, escute.

Não caia na armadilha de tomar uma posição nem a favor, nem contrária, antes de ter clareza se aquilo faz sentido, se existem outras fontes de confiabilidade. É preciso parar, olhar e escutar para agir contra as notícias falsas e desmenti-las, repudiá-las e debatê-las sempre que possível.

Converse com seus filhos sobre este assunto!

Adaptação para o Plínio Leite Conversa os sites:
Mundo Educação
A soma de todos afetos
Portal news

Plínio Leite