A Inclusão: Como e quando conversar com os filhos sobre o assunto?

A Inclusão: Como e quando conversar com os filhos sobre o assunto?

Quando lançamos uma semente na terra, juntamos a ela a esperança e a certeza que vai nascer uma planta. Da planta, o fruto e novas sementes. Toda semente carrega no seu bojo uma planta dormindo. É fantástica a lição da semente. A educação também é assim, a gente planta, planta sempre, mas não pode exigir que a planta venha amanhã. Leva tempo para que a planta se desperte do seu sono no berço da semente. Mas é preciso ACREDITAR, CONFIAR e plantar com a certeza que a semente germinará.

“Podemos dizer que FAMÍLIA É UMA ESTRUTURAÇÃO PSÍQUICA EM QUE CADA MEMBRO OCUPA UM
LUGAR, UMA FUNÇÃO” (Lacan e Levi Strauss). Lugar de pai, lugar de mãe, lugar de filhos, sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente. Tanto é assim, uma questão de “lugar”, que um indivíduo pode ocupar o lugar de pai ou mãe, sem que seja a mãe ou o pai biológico.

A família é o ambiente em que a criança conhece regras de convivência e se prepara emocionalmente para as adversidades do mundo exterior. Nesse longo processo de aprendizado, há todo um esforço em
cuidar, amparar, acolher os filhos para que se sintam seguros quando chegar a hora de deixar o “ninho”.

Além dos próprios educadores, as famílias que integram a comunidade escolar podem e devem estimular os seus filhos a uma cultura de respeito às diferenças, observar e mediar os conflitos que tais diferenças geram entre os estudantes, contribuir, enfim, para a inclusão e um ambiente de respeito e solidariedade.

Um dos grandes objetivos da escola é proporcionar aos alunos um ambiente em que as diferenças possam florescer e que as crianças tenham condições de lidar bem com elas. Dentre essas diferenças, o
convívio com “amigos especiais” é uma que merece bastante atenção.

Quando as crianças têm a oportunidade de conviver, desde cedo, com pessoas dessemelhantes, seja com deficiências de locomoção, cognitivas, com síndromes, com altas habilidades, ou seja, que tenham quaisquer diferenças, elas se transformam em adultos mais empáticos e conscientes.

Mas, quem deve assumir a responsabilidade de ensinar as crianças a lidar com as diferenças? Não há dúvida de que a escola tem a responsabilidade social de promover a inclusão de todas as crianças, elas tendo ou não algum tipo de necessidade especial. Entretanto, a educação que as crianças recebem em casa, dos pais, também é essencial para ajudar a desconstruir preconceitos e fazer com que a criança consiga ter um ótimo convívio com o colega que possui algum tipo de diferença. E para isso, a melhor ferramenta é o diálogo.

Se você sabe que existe um colega do seu filho que tem alguma limitação ou necessidade especial, o primeiro passo é buscar informação. Procure por artigos de fontes confiáveis – pode ser na internet – que apresente mais informações sobre a deficiência ou necessidade da criança. Assim, você terá bastante subsídio para o momento de conversar com o seu filho. E pode ter certeza de que você também vai descobrir coisas que não sabia.

É importante que, durante a conversa, você não coloque o colega em uma posição de vítima, mas sim de igualdade. Mostre como todos nós temos limitações – alguns conseguem nadar muito bem, outros nem tanto; alguns sabem pintar quadros, outros não. Diga que o colega é capaz de fazer muitas coisas, e naquelas que ele tem dificuldade, podemos ajudar, assim como já recebemos ajuda várias vezes também.

Todas as crianças têm direito à Educação. A escola deve garantir que uma pessoa, por meio do conhecimento organizado, tenha um lugar no mundo. Por isso, inclusão não é um favor feito a um aluno “coitadinho”. É direito do estudante e dever da instituição.

Quando o Estado assume uma responsabilidade, ele se compromete tanto com os beneficiários da medida quanto com quem permite que ela seja possível. No caso da Educação, ele se compromete com o aluno e com você. Afinal, professores não são apenas as pessoas que transmitem conhecimento, mas que criam condições para que o aprendizado aconteça!

CORAGEM

Força que brota no deserto

Vontade de que tudo dê certo

Ao viver uma situação caótica

Enxergar as coisas de diferente óptica.

Coragem

Para o erro reconhecer

Se necessário retroceder

Fazer uso da força motriz

Tornar-se um eterno aprendiz.

Coragem

Para os obstáculos enfrentar

Sem a mente turvar

Agir com lucidez

Deixar de lado a mesquinhez.

Coragem

Para se calar quando necessário

Saber respeitar o adversário

Perceber que o outro pode ter razão

Mesmo tendo outra opinião.

Coragem

Para perdoar e esquecer

Quando alguém se exceder

A visão alheia ignorar

Quando isso lhe prejudicar.

Coragem

Só no forte existe

E este não permite

Jamais se acovardar

Prefere sonhar e realizar.

(Maria Luiza dos Reis Teixeira)