9 de Julho: dia da Revolução Constitucionalista de 1932

9 de Julho: dia da Revolução Constitucionalista de 1932

O dia 9 de julho, foi marcado pela Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo.
Esta Revolução foi um conflito armado, entre os meses de julho e outubro, entre São Paulo e as tropas do presidente Getúlio Vargas (1883-1954). Ela é compreendida como uma reação imediata aos novos rumos tomados pelo cenário político nacional sob o comando de Vargas.

 

Os novos representantes estabelecidos no poder, alegando dar fim à hegemonia das oligarquias, decidiram extinguir o Congresso Nacional e os deputados das assembleias estaduais. No lugar das antigas personalidades políticas, delegados e interventores foram nomeados com o aval do presidente da República.

 

A visível perda de espaço político, sofrida pelos paulistas, impulsionou a organização de novos meios de se recolocar nesse cenário político.
O clima de hostilidades entre os paulistas e o governo Vargas aumentou com a nomeação do tenente João Alberto Lins de Barros, ex-participante da Coluna Prestes, como novo governador de São Paulo. O desagrado dessa medida atingiu até mesmo os integrantes do Partido Democrático de São Paulo, que apoiaram a ascensão do regime Varguista.

 

Os paulistas lutaram, com 35 mil homens, contra as tropas federais, que tinham 100 mil soldados. Após quase três meses de combate, os paulistas se rendem.

 

Apesar da derrota militar, a luta dos paulistas desdobrou-se na aprovação da Constituição de 1934, que legitimou o regime democrático, o voto secreto, o voto feminino, o republicanismo federativo, o mandato de segurança, a autodeterminação dos sindicatos e assegurou aos trabalhadores uma legislação trabalhista.

 

*Outras questões que marcaram a formação da Revolução Constitucionalista de 1932:

Em 1931, a queda do preço do café, consequência da crise de 29, forçou o governo Vargas a comprar as sacas produzidas. Essa política de valorização do café também ordenou a proibição da abertura de novas áreas de plantio, o que motivou o deslocamento das populações camponesas para os centros urbanos de São Paulo.

Os problemas sociais causados pelo inchaço urbano agravaram um cenário já marcado pela crise econômica e as mudanças políticas. Talvez por isso, podemos levantar uma razão pela qual a revolução constitucionalista conseguiu mobilizar boa parte da população paulista. Mais do que atender os interesses das velhas oligarquias, os participantes deste movimento defendiam o estabelecimento de uma democracia plena.